Tanto e tão pouco. A gargalhada.
Diz-me no que consiste a tua vivência, se no fundo também o souberes. Tira-me esta curiosidade medonha de saber o porquê de tanto que disseste. Não me surpreende o facto de se ser ambíguo, falso e traiçoeiro. Magoa-me sim quando se vê a sinceridade no outro olhar, quando se sente a verdade das palavras, e se é capaz de continuar a sê-lo. Não pretendia nada de nada e não te tirei nada do que tivesses. Não sorri por inquietação e não me senti perturbada. Talvez alguma vez indignada. Sempre achei incrivel o tanto que se diz e o tão pouco que se é capaz de fazer. Fazes-me rir. Não um riso de troça mas uma gargalhada com vontade. Aliás somos todos iguais, todos tentamos parecer o que nunca vamos ser. Ás vezes isso é a nossa arma, outras vezes é a ausência do nosso escudo. Nunca pensaste que te ouvisse no silêncio mudo. Nunca pensaste que te visse no olhar brilhante de gozo, na tua incapacidade de olhar nos olhos quando tentas mentir, mesmo sem tremer a voz. Mudas a entoação que dás ás palavras sabias?As vezes que te apanhei e sorri por dentro sem desfazer a tua fantasia. As vezes que te ouvi , soube ou deduzi e nunca julguei ou critiquei. Caminhada distraída, pensando que o teu inconsciente já sabia o caminho pelas tantas e tantas vezes que já o tinhas percorrido. Senti-te deslizar e dei o toque para te levar de novo a esse caminho escolhido. Nem te apercebeste em tudo que me apercebi, no entretenimento que andavas. Julgavas que a meninice era burrice e inocência. Eu já sabia como ia acabar mas mesmo assim quis saber até onde eras capaz de ir. Deixei-me iludir e ver-te subir mais um andar.Talvez não valha a pena pensar em todo o percurso e reflectir no que foi real e ficção. Aprendemos com tudo não é? Como um dia te disse com toda a minha sinceridade: "E se para ti isso até é superficial, não me leves a mal o valor que lhe dou. Tanta coisa que isto me ensinou./No meu consciente ou louco juizo, recebe o meu sorriso.". Aprendi. Tudo na vida tem um motivo. Claro que sim! Imagino qual o teu. Mas é o teu mundo, o mundo que escolheste, o mundo que mostraste camuflado mas que nunca critiquei. Continuo sem o fazer. Continuo sem desejar nada de mal. Continuo a torcer por ti. Entre a verdade. Tanto e tão pouco. A gargalhada. Abafada.
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